Embora muitas vezes seja vista como um gasto ou setor secundário sem muita importância, a manutenção exerce um papel fundamental em qualquer empresa, pois seu objetivo é manter a disponibilidade dos equipamentos e gerenciar os recursos.
Apesar disso, muitos profissionais da área se perdem em meio a tantos processos e planilhas e sentem a dificuldade de compreender as características de cada cliente e equipamento da empresa. Isso resulta em um trabalho de apagar incêndios, realizando apenas a manutenção corretiva, sem uma visão preditiva e preventiva.
Somente uma gestão estratégica da manutenção pode habilitar os profissionais a enxergar formas de otimizar o uso dos equipamentos, antevendo riscos e apresentando soluções.
E é sobre isso que falaremos neste post. Confira!
Objetivo da gestão estratégica
Antes de adentrarmos na área da manutenção, é importante entender que a gestão estratégica, de forma geral, tem por objetivo:
- analisar a situação da empresa por meio de um diagnóstico estratégico relacionado a aspectos como competitividade, vulnerabilidade e qualidade de produtos, serviços e processos;
- implementar projetos que modifiquem e otimizem processos;
- monitorar as etapas de implementação, acompanhando a efetividade das ações estratégicas.
Quando aplicada à manutenção, a gestão estratégica seguirá os mesmos princípios, buscando garantir a maior disponibilidade possível dos equipamentos e consumir o mínimo possível de recursos.
O que é gestão estratégica da manutenção?
A gestão estratégica da manutenção é a única responsável por definir onde, quando e por que aplicar cada tipo de manutenção. Ela terá um papel essencial em:
- estabelecer diretrizes para a formulação de estratégias de manutenção para cada modelo de equipamento instalado na empresa;
- como resultado, sistematizar a manutenção das máquinas conforme sua importância dentro do processo produtivo e riscos que sua falha traria ao negócio.
Essas decisões devem ser alinhadas às áreas que sofrerão o impacto, tais como produção, estoque, compras, RH e logística. Esses setores afetados poderão variar de acordo com o ramo de atividade da empresa.
Assim, como resultado, uma gestão estratégica eficiente buscará não somente corrigir falhas, mas também trabalhar de forma preventiva e implementar melhorias no uso dos recursos. Dessa forma, agirá pautada em cinco pilares: qualidade, eficiência, confiabilidade, flexibilidade e custos.
Quais os desafios que os profissionais de manutenção enfrentam?
Apesar da sua grande importância dentro do processo de produção, o trabalho dos profissionais de manutenção nem sempre é valorizado.
Muitos gestores focam seus esforços em inovar nos controles, tipos de manutenção e intervenção e no uso de tecnologias de gerenciamento de dados, deixando de lado o que é mais essencial: a qualidade dos equipamentos e o investimento em mão de obra capacitada e comprometida.
Obviamente, novas tecnologias e metodologias são bem-vindas, desde que sejam realmente aplicáveis e adequadas à empresa e aos funcionários. Como resultado, fora isso, podem não trazer os resultados esperados.
Além disso, os profissionais de manutenção na maioria das vezes só são lembrados quando ocorrem falhas nos equipamentos, em contraste, perdendo o seu potencial estratégico de prevenir problemas e otimizar processos — o que reduziria o tempo e custos dedicados à produção.
Uma manutenção estratégica é capaz de vencer a maior parte desses desafios, como veremos a seguir.
Quais os benefícios da manutenção estratégica?
A influência direta do setor de manutenção na produtividade dos colaboradores faz com que a área desempenhe um papel estratégico dentro da empresa, contribuindo, inclusive, para melhoria dos resultados operacionais e consequente aumento da lucratividade.
Por meio de uma boa gestão de manutenção, os gestores podem acompanhar a produtividade da equipe e identificar falhas, como sobrecarga de indivíduos, pouca eficiência e desmotivação. Com isso, poderão tratá-las em comum acordo com os responsáveis pelo RH.
Já que está integrada às metas de produção, a manutenção estratégica favorece os aspectos considerados mais decisivos, como:
- aumento da disponibilidade e confiabilidade de equipamentos;
- aumento do faturamento;
- redução de custos;
- aumento da segurança.
Além disso, os gestores e demais profissionais de manutenção estarão munidos de ferramentas para mensurar o desempenho da produção da mesma forma e simular resultados por meio de informações estatísticas confiáveis.
Um planejamento estratégico eficaz garantirá que as atividades de manutenção prevejam e controlem as falhas, elevando os indicadores de desempenho.
Como garantir a eficácia da gestão estratégica da manutenção?
O processo de manutenção sempre buscou ser eficiente, corrigindo os equipamentos o mais rápido possível. No entanto, com o passar do tempo, o setor tem buscado ser eficaz, consequentemente, mantendo os equipamentos disponíveis em pleno funcionamento — e apostando em uma visão preventiva e preditiva.
Com esse objetivo, assim, os profissionais podem lançar mão de diversas ferramentas de controle e métodos a fim de alcançar os melhores resultados. Entre os principais, estão:
Sistemas de gestão do processo de manutenção
Esses softwares especializados, também conhecidos como CMMS (Computerized Maintenance Management System), são muito eficazes no controle e planejamento da manutenção e podem ser integrados aos sistemas ERP da empresa, de modo online ou pela importação de arquivos.
Eles permitem aos profissionais de manutenção:
- cadastrar dados sobre o processo;
- planejar e acompanhar serviços de manutenção;
- programar automaticamente os serviços;
- gerenciar os ativos da empresa — materiais, humanos e financeiros;
- notificar automaticamente emergências referentes aos serviços;
- emitir relatórios e gráficos;
- armazenar o histórico de eventos;
- definir cronogramas;
- gerir os materiais de estoque na execução das manutenções.
Esses sistemas são flexíveis o suficiente para se adaptar as especificações de cada cliente.
Mão de obra capacitada
A mão de obra qualificada para operar o sistema aplicando os conceitos de forma correta é primordial. Nenhum sistema, seja CMMS, de compras, financeiro ou outro, terá bons resultados se for operado de forma errada. A “operação correta” é a soma entre aplicação do conceito e uma boa ferramenta.
Indicadores de manutenção
Os principais indicadores aplicados no setor de manutenção são a disponibilidade dos equipamentos e os custos de manutenção. Todas as outras métricas que a empresa definir estarão ligados a eles.
Para dar base aos resultados, há a necessidades de fazer um levantamento de alguns dados, como:
- efetividade das inspeções preditivas;
- solicitações de manutenção preventiva nos sistemas;
- número de falhas por equipamentos e sistemas;
- custo de manutenção por setor;
- tempo de operação dos equipamentos.
Esses indicadores darão a base sólida para a avaliação de todas ações implementadas.
Em virtude da ampla concorrência que as empresas enfrentam hoje, é fundamental que elas tirem o máximo de seus recursos e equipamentos a fim de manter sua vantagem competitiva.
A gestão estratégica da manutenção visa auxiliar os profissionais do setor com ferramentas eficazes na correção e prevenção de falhas e na melhoria de suas máquinas.
É importante, então, que a manutenção deixe de ser encarada como um gasto adicional e passe a ser considerada um fator estratégico para a redução de custos de produção. Essa iniciativa, motivada pelos gestores, fará com que os demais setores subordinados mostrem onde realmente precisam investir.
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