A manutenção de equipamentos e sistemas nas empresas envolve uma série de atividades essenciais para garantir que as operações sigam de forma contínua e eficiente. Além disso, a segurança no ambiente de trabalho deve ser sempre uma prioridade.
Um dos principais instrumentos para identificar, avaliar e minimizar os riscos associados à operação de equipamentos e sistemas é o Mapa de Riscos. Ele permite identificar e categorizar os riscos presentes em uma instalação, ajudando a prevenir acidentes e melhorando a gestão da segurança.
Neste artigo vamos explorar como o Mapa de Riscos se integra ao processo de manutenção, destacando sua importância, os tipos de riscos envolvidos e as melhores práticas para utilizá-lo de forma eficaz. Confira!
O que é o Mapa de Riscos?
O Mapa de Riscos é uma representação gráfica e detalhada das áreas de uma instalação ou ambiente de trabalho onde existem riscos para os trabalhadores, equipamentos e processos. Ele mostra as zonas de perigo, facilita a comunicação dos riscos e ajuda a implementar estratégias preventivas de segurança.
O mapa de risco é originário da Itália, mas no Brasil, foi regulamentada pela NR-05, que implica a responsabilidade da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e do SESMT (Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho) de desenvolverem o documento.
Para empresas que não se enquadram na obrigatoriedade de ter CIPA ou SESMT, é necessário a contratação de um profissional proficiente na área para desenvolver o mapa de riscos. A documentação, uma vez aprovada, tem a validade de um ano, mas pode variar em caso de maiores riscos ou devido a alterações que precisem ser revisadas.
Não possuir o mapa de riscos, além de estar suscetível aos próprios riscos do meio, pode acarretar multas altíssimas para as empresas. Portanto, é melhor se atentar à documentação.
Como estruturar um mapa de riscos?
O primordial ao estruturar o mapa de riscos é definir o risco ocupacional do ambiente. Isso significa entender quais os tipos de riscos existentes ao ambiente e quais são os danos que eles acarretam aos ocupantes. Os riscos podem variar de maior a menor grau, pois isso foram divididos em 5 categorias.
Para cada categoria foi definido uma cor para facilitar a legenda posteriormente. Já para definir a intensidade, vai depender do tamanho do círculo em cada área mapeada.
Risco físico: a cor definida para o risco físico é a verde e engloba riscos como:
- Ruídos;
- Vibrações;
- Radiações ionizantes e não ionizantes;
- Exposição à frio;
- Exposição ao calor;
- Umidade;
- Pressões anormais.
São considerados riscos físicos pois impactam diretamente na estrutura física do trabalhador, ou seja, diretamente em seu corpo.
Podemos usar como exemplo uma pista de pouso de aeronaves. Para os trabalhadores que transitam nesse tipo de local, vão se deparar com ruídos e ou pressões anormais e isso afeta diretamente seus ouvidos. Podendo causar sérios riscos à saúde.
Outro exemplo que podemos trazer, são os trabalhadores que utilizam maquinários como perfurador de solo. Existe impacto de vibração direto em seu corpo. Para cada área, haverá um ou mais riscos físicos que precisam ser avaliados e apontados no mapa.
Risco químico: a cor definida para o risco químico é o vermelho e seus riscos incluem:
- Poeira;
- Fumos;
- Névoas ;
- Neblinas;
- Vapores;
- Gases ;
- Substâncias químicas.
São considerados riscos químicos porque são substâncias nocivas que ao entrar em contato com o corpo humano, podem causar reações químicas e danos à saúde como: doenças respiratórias, intoxicação etc.
Um bom exemplo de risco químico são operadores de construção civil, que muitas vezes apresentam problemas respiratórios ao inalarem aquela poeira fina de cimento e outros componentes químicos tão prejudiciais à saúde.
Risco biológico: representado pela cor marrom. Alguns exemplos de riscos biológicos:
- Vírus;
- Bactérias;
- Fungos;
- Protozoários etc.
Um bom exemplo de profissionais sujeitos a esses tipos de riscos, são os profissionais da área da saúde que estão em ambientes hospitalares, clínicas, postos de saúde ou trabalham em laboratórios, dentre outros.
Risco ergonômico: representado pela cor amarela. Eles incluem:
- Postura inadequada;
- Esforço físico em excesso;
- Movimentos repetitivos de produção em alta escala;
- Revezamento de horas de turnos(diurno/noturno) de trabalho, dentre outros.
Um bom exemplo disso são profissionais que trabalham muitas horas em pé, ou sentados. Operários de indústrias que executam muitos movimentos repetitivos em máquinas ou levantam muitas cargas pesadas nos ombros, como é o caso de entregadores de carga. Há vários riscos que afetam a integridade dos trabalhadores.
Risco acidente ou risco mecânico: é representado pela cor azul e expõe riscos como:
- Máquinas que oferecem riscos e não possuem proteção;
- Ferramentas defeituosas ou inadequadas para o uso;
- Risco de eletricidade;
- Risco de incêndio e outros mais.
Um abatedouro de aves, por exemplo, certamente possui maquinário triturador que se não manuseado de forma correta, pode causar acidente fatal. Portanto é fundamental o uso de EPI, bem como treinamento para instruções de uso aos seus colaboradores, e ainda uma barreira protetora diante dos componentes cortantes que possa haver no triturador.
Na imagem abaixo trouxemos um exemplo ilustrativo de um mapa de risco que poderia ser usado em uma indústria.
Quatro dicas ao estruturar seu mapa de riscos
Entender cada grupo de risco é fundamental na hora de estruturar seu mapa. Além deles, daremos mais algumas dicas para mais assertividade na hora de mapear.
- Pesquise sua instalação: cada área precisa ser estudada minuciosamente para que se saiba em detalhes quais os riscos que esse ambiente está sujeito. Isso implica conhecer a estrutura predial de seu ambiente, saber quais são os equipamentos que estarão alocados nesta área e quantas pessoas transitam nesse espaço.
- Defina a criticidade de seus equipamentos: uma vez que sabemos quais equipamentos estarão em cada área, é fundamental saber sua criticidade. Ao definir a criticidade de seus equipamentos, fica até mais fácil entender qual ou quais os tipos de riscos esse equipamento oferece. Talvez além do risco físico, sua máquina pode causar um risco ergonômico ao seu colaborador, ou quem sabe o risco biológico, por emitir substância nociva à saúde.
- Colete dados: coletar dados é importante para a análise de riscos. Uma vez que o empregador entende todas as possibilidades e qual probabilidade de cada risco de fato acontecer, é possível mapear a intensidade desses riscos, e assim repassar ao contratado, todas as informações importantes que precisa saber ao assumir aquela função e até mesmo para ele entender o porquê de seu adicional de insalubridade, por exemplo.
- Treinar pessoas: seus profissionais precisam conhecer todos os riscos iminentes, por isso, é fundamental treiná-los. Seja para simplesmente transitar pelo ambiente, entendendo os riscos de cada área. Seja para manusear seus equipamentos, seja para dar manutenção em seus ativos de modo geral, ou que seja simplesmente para instruir seus visitantes em se tratando de ambientes abertos ao público.
Vantagens em seguir o mapa de riscos
O mapa de riscos é usado principalmente nas indústrias, mas também é relevante em qualquer tipo de ambiente de trabalho onde exista risco físico, químico ou ergonômico. Já sabemos que o mapa de risco é individual, porém, independente da área de atuação de sua empresa, mapear os riscos trará inúmeras vantagens como:
- Prevenção de acidentes;
- Conscientização aos colaboradores dos riscos mapeados;
- Aprimoramento da segurança da empresa;
- Diagnóstico da situação de riscos existentes.
- Mais assertividade nos processos de sua empresa;
Manutenção x mapa de riscos
Agora que ficou claro a importância do mapa de riscos, queremos que entendam como a gestão da manutenção impacta neste controle, pois, não basta simplesmente saber dos riscos, é necessário saber como evitá-los e como contê-los em caso de exposição.
Isso significa que, uma vez que se tem conhecimento dos riscos, para preveni-los, é necessário definir procedimentos de segurança. Para isso, é fundamental que o time de manutenção seja envolvido no mapeamento, que aliado ao time de segurança do trabalho, vão definir ações preventivas e corretivas para as diferentes categorias dos riscos que sua empresa apresenta.
Ao identificar todos os riscos presentes nas áreas de manutenção, o mapa de riscos ajuda na organização do trabalho e no planejamento das ações corretivas e preventivas. Com um mapa bem elaborado, os gestores de manutenção podem tomar decisões mais informadas, proteger seus colaboradores e garantir a continuidade das operações de maneira mais eficiente.
Exemplos de ações preventivas que podem ser feitas
Veja a seguir algumas das maneiras de como o Mapa de Riscos pode ser útil na manutenção:
1 Manutenção predial
A partir da manutenção predial conseguimos monitorar praticamente todas as categorias de riscos que uma empresa possui, sendo, portanto, fundamental em seu mapeamento de riscos e gestão da manutenção.
Se uma área é suscetível a muita poeira, é necessário por exemplo, definir planos de manutenção para limpeza da área, de forma a controlar a poeira em excesso. Em conjunto com o setor de segurança do trabalho, serão definidos os EPIs de uso dos colaboradores para menor inalação da poeira, mas por parte da empresa, será definido qual a periodicidade para executar um plano de manutenção preventivo de limpeza da área.
Para uma área de riscos elétricos, pode ser feita a inspeção periódica dos componentes, assim, sua empresa se antecipa a qualquer problema futuro, ao detectar um fio desencapado, por exemplo.
Outra manutenção importante, pode ser nos ares-condicionados. Esses terão papel fundamental dependendo do ramo de atuação de sua empresa. Manter os ambientes climatizados, reduz o estresse dos colabores e contribui até mesmo para uma boa pressão arterial. Fazer a manutenção de troca de filtro dos ares-condicionados, evita também a proliferação de fungos e bactérias, evitando assim riscos biológicos.
Já para a parte de ergonomia, a empresa pode fazer inspeções e correções nas cadeiras e mesas utilizadas em toda a empresa. Parece óbvio isso, mas é tão comum ao transitar nos ambientes, se deparar com cadeiras tortas e mesas bambas. Corre o risco se seu funcionário cair, se machucar, ou desenvolver problemas crônicos na coluna, por uma coisa tão simples que poderia ser evitada.
2 Manutenção industrial
Empresas do ramo industrial entendem a importância em manter seus equipamentos em bom funcionamento e que isso implica diretamente na disponibilidade das máquinas que estando paradas, prejudica a produção.
Mas além de melhorar a confiabilidade das máquinas e aumentar sua vida útil, fazer a manutenção em seu maquinário, evita por exemplo riscos de acidentes. Uma máquina superaquecida, pode causar dano ao operador, ou quem sabe risco de explosão. Uma máquina de corte, se não estiver regulada, pode cortar peças erradas, fazendo com que sua empresa perca matéria prima, mas principalmente, prejudique a integridade física de seu operador de máquinas. Entende a importância de uma boa manutenção?
3 Manutenção de Frota
Empresas que possuem frota de veículos e equipamentos pesados não ficam de fora. É fundamental executar diversos tipos de manutenção em sua frota. Uma transpaleteira que não está com a manutenção em dia, pode causar acidentes gravíssimos ao operador ou demais colaboradores que estejam no ambiente.
O maior problema dos acidentes é imaginar que “aqui isso não vai acontecer”. Se já foi constatado em seu mapeamento que tais riscos existem, se antecipar ao problema é menos custoso e danoso, que ter que lidar com problema posteriormente.
Como o Engeman® auxilia na gestão de manutenção dos riscos mapeados?
Nosso software dispõe de ferramentas essenciais para sua análise e mapeamento de riscos. Nossa solução permite a gestão EAM (Enterprise Asset Management), ou seja, é possível acompanhar toda a gestão de seus ativos durante sua vida útil. Independente do tipo ou quantidade de ativo, o Engeman® acompanha todo seu histórico de vida, movimentações, manutenções realizadas.
Além do mais, nossa solução permite gerir planos de manutenção, definir periodicidade, acompanhar cronograma de execuções, apontar registros de serviços e homem hora, acompanhar indicadores das manutenções e tantas outras funcionalidades disponíveis no controle CMMS.
Conclusão
O mapa de riscos não foi idealizado para ser emoldurado e contemplado de vez em quando. Foi desenvolvido como um documento que precisa ser observado e seguido, a fim de preservar vidas, manter o negócio ativo, dentre tantas outras situações.
Por trás de cada mapa, há estudo comportamental, estrutural, estudo de mercado e sua empresa precisa ter em mente que anulá-lo é praticamente assinar um atestado de incompetência para se manter vivo no mercado.
Ainda que sua empresa seja de pequeno porte, invista em estruturar seu mapa de riscos e use a gestão da manutenção a seu favor para evitar que tais riscos afetem a saúde de seu negócio. Conte com a nossa solução para isso!
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