Quando o assunto é segurança do trabalho, deve ser levado muito a sério. Infelizmente nos dias de hoje, ainda há muitos incidentes nas empresas que poderiam ser evitados se essas cumprissem com o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.
A segurança e saúde dos trabalhadores devem ser prioridades em qualquer ambiente corporativo. Para garantir que essas premissas sejam cumpridas, o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) se tornou uma peça fundamental dentro das empresas.
Se você já está familiarizado com o termo, entende sua importância, porém se você ainda não sabe do que estamos falando, não se preocupe, neste artigo falaremos sobre o GRO e como colocá-lo em prática, principalmente no setor de manutenção. Confira!
O que significa GRO?
GRO é o acrônimo para Gerenciamento de Riscos Ocupacionais e está embasado na NR-1 que se refere a norma regulamentada para tratar das disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais, a fim de, principalmente, estabelecer as medidas de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho – SST.
Em resumo, o objetivo do GRO é identificar os possíveis riscos e assim propor as medidas preventivas que são necessárias para evitar acidentes de trabalho, ou que seja minimizá-los.
No gerenciamento de riscos operacionais são avaliados diversos critérios que norteiam os profissionais envolvidos no processo. Citemos alguns:
- A elaboração do PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos, que compõe diversos documentos, incluindo o GRO, a fim de criar medidas que identificam, controlam e reduzem os riscos à segurança do trabalho.
- Definir o plano de ação documentando o que deve ser feito para mitigar e gerenciar os riscos ocupacionais;
- Definir quais as ações serão realizadas no caso de doenças ou acidentes relacionados ao trabalho;
- Acompanhar periodicamente a saúde ocupacional dos funcionários, realizando exames de acordo com grau de risco das atividades desempenhadas, dentre outras.
Qual a diferença entre GRO e PGR?
GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) e PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) são termos relacionados à gestão de segurança e saúde no trabalho no Brasil, especialmente dentro do contexto da legislação trabalhista.
GRO é o sistema mais amplo de gestão dos riscos ocupacionais, que abrange todas as práticas e processos da empresa. Inclui o planejamento, a implementação, o monitoramento e a revisão das ações voltadas para a segurança e saúde dos trabalhadores.
PGR é um componente específico dentro do GRO, que documenta e estrutura as atividades de gerenciamento de riscos. Envolve a identificação, avaliação e controle dos riscos presentes no ambiente de trabalho, documentando essas atividades de forma estruturada.
Essas duas abordagens são complementares e essenciais para garantir a segurança e saúde no ambiente de trabalho.
Qual a importância do GRO?
Para realizar a manutenção das caldeiras, por exemplo, é necessário se atentar às regras da NR-13 que trata sobre a Segurança no Trabalho com Caldeiras, Tubulações e Vasos de Pressão. Com isso, é importante que tenham um checklist dos procedimentos que precisam realizar antes de iniciar uma manutenção em seus ativos e máquinas.
Não é diferente para empresas que possuem grandes equipamentos, onde sua manutenção muitas vezes é realizada em altura, sendo necessário a averiguação da NR-35.
Como nesses exemplos, há muitos outros casos que precisam de extrema atenção, tanto no que diz respeito à segurança do manutentor ao realizar as manutenções, tanto para os operadores que dividem o mesmo espaço durante uma execução de ordem de serviço, ou ainda para qualquer pessoa que trafegue pelo ambiente, sem falar é claro, para a segurança dos demais maquinários e áreas.
Há ainda situações em que é necessário isolar o ambiente para que uma manutenção aconteça sem risco de incêndios, por exemplo. Eis a importância de se fazer o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO).
Como gerenciar os riscos ocupacionais?
Para esse gerenciamento é necessário seguir alguns passos:
1- Identificar os perigos e riscos
É papel do técnico de segurança do trabalho elaborar o GRO. E é fundamental que este técnico identifique os perigos e riscos iminentes. Perigo, trata-se da fonte, uma situação ou fato que cause lesões ou danos à saúde.
Exemplo:
- Material cortante ou produto químico na área;
- Funcionários sem treinamentos adequados.
Já o Risco, refere-se à combinação de um evento ocorrer. Ou seja, qual a probabilidade de um colaborador se machucar com um material cortante por não ter tido um treinamento adequado.
Para ter ciência dos perigos e riscos, é importante que o técnico de segurança acompanhe os processos internos de cada empresa. Para essa análise o técnico de segurança pode:
- Analisar os registros do setor de recursos humanos que faz a gestão por exemplo dos atestados. O técnico pode fazer um levantamento dos principais CIDs citados nos atestados, verificar os principais motivos de afastamentos, ou ainda analisar o que ocasionou os acidentes de trabalho registrados;
- Conversar com os colaboradores e entender sua rotina diária, observar sua rotina laboral;
- Entender o funcionamento das máquinas e como funciona seu processo produtivo;
- Acompanhar a rotina de manutenção, dentre outras.
2- Analisar a gravidade dos riscos
Uma vez que foi identificado os perigos e seus riscos associados, é o momento de analisar qual a gravidade destes riscos. Através da matriz de riscos, por exemplo, o técnico consegue informações relevantes para definir sua gravidade.
A classificação de riscos pode ser de “muito alta” até “muito baixa”. E todas giram em torno do que é suportado por parte do colaborador, ou seja, o que envolve risco à sua vida e saúde, será de risco “muito alto”, ao passo que caso não oferece risco, ou que seja mínimo à sua saúde, será um risco baixo ou muito baixo.
Exemplos:
- Risco muito alto: são aqueles riscos que não são aceitáveis. Desta forma as atividades são interrompidas a fim de analisar o ambiente, para que seja possível diminuir o nível de risco, dependendo do caso, as atividades devem ficar suspensas até a segunda ordem.
- Risco médio: são considerados os riscos que causam prejuízo ao colaborador, porém, como se trata de riscos médios, as paradas serão avaliadas, levando em consideração os custos que envolvem essas paradas. Muito provavelmente, as ações que serão realizadas serão programadas, uma vez que não impactam diretamente na saúde e bem-estar das pessoas envolvidas.
- Risco muito baixo: são as ações que serão tomadas visando apenas manter os riscos sob controle, sem maiores impactos.
Logicamente existem outras classificações de riscos “alto, baixo etc”, mas citamos apenas algumas para entendimento.
3- Eliminar ou manter os riscos sob controle
A partir do momento em que foi possível classificar o nível de gravidade dos riscos, o trabalho deve ser de promover ações que eliminem os riscos, ou pelo menos mitigá-los.
Ações para reduzir riscos:
- Verificar a segurança dos seu maquinário e assim realizar manutenções de correções ou substituição de peças em caso de riscos;
- Estabelecer o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) nos ambientes de riscos e para os operadores das máquinas.
É claro que existem outros e as ações que estão diretamente ligadas ao processo, ambiente, ramo de atividade etc.
4- Monitorar e revisar os riscos
É certo que, ainda que os processos e documentação foram bem estabelecidos, o técnico tem a responsabilidade de monitorar e revisar de tempos em tempos os resultados obtidos a partir do gerenciamento de riscos ocupacionais que está sendo feito. O que está funcionando bem, precisa ser mantido, mas do contrário, é necessário retomar as análises iniciais, a fim “recalcular a rota”.
Por que é tão importante manter um GRO?
Sem levarmos em consideração a obrigatoriedade em ter um GRO, dependendo do tipo de ramo de atividade, sua adoção, ainda que por precaução, traz uma série de benefícios, tais como:
- O primeiro deles sem sombra de dúvidas é a diminuição de acidentes de trabalho. Manter a saúde e bem-estar das pessoas é primordial.
- Ao manter a saúde e bem-estar de seus colaboradores, consequentemente a empresa tem como benefício a satisfação destes, uma vez que se sentem seguros em realizar suas atividades, pois sabe do comprometimento da empresa.
- Outra consequência benéfica é a redução de custos por ações trabalhistas.
Como aplicar o GRO no software Engeman®?
Agora que você já sabe a importância do gerenciamento de riscos ocupacionais, é hora de descobrir como o software Engeman® auxilia nesse controle.
Como já se sabe, o Engeman® é uma ferramenta para gerenciamento das manutenções de ativos de modo geral, ideal para o controle de manutenção de equipamentos industriais, prediais, facilities, dentre outros.
Já sabemos que, no gerenciamento de riscos ocupacionais, devem ser levados em conta o time de manutenção. Principalmente porque eles estão diretamente ligados na resolução de muitas ações que previnem riscos. Por outro lado, eles se enquadram nos perigos e riscos que citamos anteriormente. Tendo isso em mente, muitos controles podem ser realizados no Engeman®:
Monitorar as qualificações obrigatórias do time de manutenção
Para monitorar as qualificações obrigatórias que seu time de manutenção precisa ter, basta cadastrá-las em nossa solução, vinculando ao cadastro de funcionários.
Desta forma será possível:
- Ser alertado sempre que uma qualificação estiver vencida ou próxima do vencimento;
- Consultar relatório por qualificação e assim acompanhar quais funcionários possuem a mesma qualificação;
- Consultar relatório por plano de Manutenção x Qualificação e assim acompanhar quais qualificações são exigidas para esse plano e quantos funcionários são necessários para sua execução;
- Ao distribuir as atividades para o time de manutenção, o sistema informa quais colaboradores possuem a referida qualificação necessária.
Checklist dos procedimentos operacional padrão
Já para definir os checklist dos procedimentos operacionais padrão necessários para a execução de qualquer manutenção, o sistema permite o cadastramento livre, de forma a definir procedimento um a um, agrupando por nível de execução.
O que faz com que o GRO seja aplicado, uma vez que realizar ao qualquer procedimento de forma correta, resulta em mais segurança.
Informações das normas de segurança
Ainda dentro do cadastro de plano de manutenção, há o campo de “Observação” que é um campo de preenchimento livre e que permite relacionar informações de normas de segurança, por exemplo:
Essas informações são visualizadas facilmente na ordem de serviço.
Vincular documentos nos planos de manutenção
Outra vantagem é a possibilidade de vincular documentos nos planos de manutenção ou cadastro de ativos, a fim de que o manutentor tenha as informações na palma da mão.
Conclusão
Vimos que manter um GRO coerente e que seja revisado periodicamente, não é uma tarefa simples. O técnico de segurança do trabalho tem muita responsabilidade em suas costas. Portanto, quanto mais documentado for o GRO, logicamente, cumprindo com as exigências da SST, mais eficiente será o trabalho do técnico de segurança e mais evitará problemas catastróficos na empresa.
O GRO é uma ferramenta essencial para garantir a segurança e saúde no ambiente de trabalho. Sua correta implementação e gestão podem prevenir acidentes, melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e promover um ambiente de trabalho mais produtivo e seguro.
Contar com ferramentas como o Engeman®, traz mais assertividade nos processos. Por isso, não perca tempo. Inicie esse controle o quanto antes em sua empresa. Conte conosco!