Defeito, Falha e Pane: entenda as diferenças

Nesta oportunidade vamos falar de três conceitos que ainda geram muita confusão e que são, em sua essência, simples de entender e aplicar: defeito, pane e falha. Continue a leitura para entender mais.

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Uma das maiores dificuldades na organização e planejamento da manutenção é conhecer e diferenciar os diversos conceitos e termos presentes na rotina do setor. Grande parte das equipes não conseguem diferenciar as nomenclaturas e como consequência, acabam criando rotinas e processos pouco eficazes ou utilizando de maneira errônea, prejudicando o fluxo e harmonia do setor de PCM e da empresa como um todo.

Nesta oportunidade vamos falar justamente de três conceitos que ainda geram muita confusão e que são, em sua essência, simples de entender e aplicar. Defeito, Falha e Pane. Cada um desses termos possui uma definição específica e distinta, e compreender essas diferenças é crucial para a correta identificação, análise e solução de problemas que acontecem frequentemente nas indústrias. 

Sendo assim, entenda neste artigo as diferenças entre defeito, falha e pane e como garantir a disponibilidade dos equipamentos com estratégias proativas. Confira!

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Tempo de Leitura: 6 minutos

Qual a diferença entre Defeito, Falha e Pane?

Defeito, falha e pane estão relacionados a problemas ou anormalidades que afetam a produtividade, impedindo ou trazendo resultados inesperados nos equipamentos ou aplicações alvo da manutenção

A definição de cada um dos conceitos que veremos a seguir é regida pela NBR 5462, que é muito importante para a manutenção, pois traz várias definições e conceitos fundamentais para o setor. Portanto, entenda a seguir o conceito de cada um deles!

O que é Defeito? 

Defeito é qualquer desvio que altera uma característica do ativo em relação ao seu objetivo. Eles podem ser classificados em diferentes níveis de criticidade, podendo ou não afetar a capacidade produtiva do ativo. 

Um ativo que produz com ineficiência, apresenta um defeito, mas pode continuar produzindo. Um relógio que sempre atrasa, continua marcando as horas, mas um defeito impede que seja confiável. 

O que é Falha?

Falha é quando o ativo atinge a incapacidade de desempenhar seu papel funcional. A falha é um evento que impede o funcionamento do ativo, e não o estado que ele se encontra. Depois da falha, caso esta não seja corrigida, o equipamento tem uma pane. 

As falhas podem ter diversas causas, como desgaste natural, defeitos de fabricação, erro humano ou condições ambientais adversas. Antecipar-se a essas falhas é essencial para garantir a continuidade das operações, minimizar os custos e assegurar a segurança dos trabalhadores.

O término da bateria do relógio é uma falha, pois impede o funcionamento correto dele. A partir desse momento, o relógio está em pane e assim vai ficar até o início da atividade de correção da falha e a volta ao estado operacional. 

O que é Pane?

Pane é quando o ativo atinge um estado de incapacidade de desempenhar uma ou mais funções. Diferente da falha, que é o início e o motivo da incapacidade produtiva, a pane é o estado em que o ativo se encontra depois da falha, por isso desconsideramos a manutenção preventiva ou outras ações planejadas. 

A pane resulta na interrupção completa do funcionamento de um equipamento. A pane é geralmente abrupta e inesperada, levando à paralisação total do sistema afetado. Neste caso, a manutenção corretiva é aplicada para tentar restabelecer o funcionamento do ativo. 

Entender os  motivos das falhas e trabalhar estrategicamente para mitigá-las vai impactar diretamente na disponibilidade dos equipamentos.

grafico de disponibilidade - Defeito, Falha e Pane: entenda as diferenças

Gráfico de Disponibilidade

Classificação de Defeito, Falha e Pane

Quando consultamos a NBR-5462, podemos perceber que cada um desses três conceitos é classificado em níveis e características. É importante frisar que esses conceitos classificam os problemas e anomalias referentes aos equipamentos ou ativos da empresa, e que afetam em diversos níveis a produtividade da empresa.

Uma pane crítica que impede a operação de um equipamento de alta demanda pode parar toda uma linha de produção, paralisando toda a cadeia produtiva, gerando grandes problemas na entrega da programação da produção. Outro grande problema são os efeitos colaterais, podendo gerar graves riscos ambientais, aos funcionários, ao local do equipamento.

Como podemos classificar os Defeitos?

Os defeitos são normalmente introduzidos durante o processo de fabricação ou até mesmo no projeto, e podem ser detectados antes do produto ser entregue ao cliente. Citamos abaixo duas categorias principais dos defeitos, segundo a NBR-5462:

  • Defeito crítico: é aquele que resultará em condições perigosas e inseguras para as pessoas, danos materiais significativos ou outras consequências mais graves;
  • Defeito maior:  é aquele que provavelmente resultará em uma falha ou reduzirá substancialmente a utilização do item para o fim a que se destina. Ele pode ser crítico ou não. 

Os defeitos podem variar em gravidade, desde pequenos problemas estéticos até falhas críticas que comprometem a segurança e a funcionalidade do produto. Um exemplo comum de defeito seria uma fissura em um componente estrutural devido a um erro no processo de fabricação.

Apesar de não afetar o funcionamento dos equipamentos, é sempre importante reafirmar que os defeitos devem ser tratados rapidamente, pois ele pode desencadear uma falha e levar até mesmo a uma pane, ocasionando parada no equipamento. 

Como podemos classificar as Falhas?

Diferentemente do defeito, que é uma anomalia inerente ao produto, a falha é o resultado da manifestação de um defeito sob condições de uso real. Em outras palavras, uma falha é o evento observável que resulta da incapacidade de um sistema ou componente de executar a tarefa para a qual foi projetado.

Segundo a NBR-5462, as falhas podem ser classificadas como: 

  • Falha crítica: que provavelmente resultará em condições perigosas e inseguras para pessoas, danos materiais significativos ou outras consequências inaceitáveis;
  • Falha aleatória: Qualquer falha cuja causa ou mecanismo faça com que seu instante de ocorrência se torne imprevisível, a não ser no sentido probabilístico ou estatístico;
  • Falha por deterioração: que resulta de mecanismos de deterioração inerentes ao item, os quais determinam uma taxa de falha instantânea crescente ao longo do tempo.

Existem outros tipos de falhas a saber, que podem ser consultadas diretamente na NBR. Como exemplo, se uma máquina de lavar roupa para de funcionar durante um ciclo de lavagem devido a um motor defeituoso, isso seria considerado uma falha.

 

Como podemos classificar a Pane?

A pane é um tipo específico de falha que resulta em uma interrupção completa do funcionamento de um sistema ou equipamento. Apesar da pane ser geralmente o resultado de uma falha de um equipamento, ela pode existir sem que tenha ocorrido uma falha anterior.

Mais uma vez analisando a NBR-5462, ela traz algumas classificações para pane, e trouxemos algumas mais significativas como: 

  • Pane crítica: que provavelmente resultará em condições perigosas e inseguras para pessoas, danos materiais significativos ou outras consequências inaceitáveis;
  • Pane maior: que afeta uma função considerada de maior importância;
  • Pane completa: que é caracterizada pelo fato de o item não conseguir desempenhar nenhuma das funções requeridas.

Por exemplo, a pane de um carro no meio de uma viagem devido a uma falha elétrica súbita ilustra bem esse conceito. Neste caso, o veículo fica totalmente incapacitado de continuar operando até que o problema seja identificado e corrigido.

Como mapear corretamente Defeito, Falha e Pane?

Mapear as possíveis falhas, defeitos e panes que podem ocorrer nos ativos é a base para a aplicação da FMEA, PDCA e outras estratégias de manutenções e devem ser feitas o quanto antes. 

Considerando que na manutenção os gestores precisam evitar a todo custo as paradas inesperadas, e que a pane muitas vezes acontecem a partir de falhas não solucionadas, uma boa ferramenta que tem ganhado destaque é a curva PF. Ela possibilita a análise da probabilidade de uma falha, o que permite ao gestor uma abordagem proativa evitando as falhas que podem chegar à pane dos equipamentos.

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Gráfico Curva PF

Entenda mais em Curva PF: o que é e qual a sua importância na manutenção

Embora seja um processo lento e muitas vezes penoso para a empresa, os benefícios de se conhecer bem os problemas que podem prejudicar os ativos e sua produção é o primeiro passo para sair de uma manutenção reativa para uma para proativa, com análise de indicadores e informações geradas pelos próprios ativos e rotinas de manutenção. 

Redução de custo, melhora no consumo e aplicação de insumos e peças de reposição, otimização das equipes de execução de serviços e melhora na qualidade e planejamento da produção são alguns dos resultados alcançados com esse mapeamento.

Impactos na manutenção de ativos

Conhecer e aplicar corretamente os conceitos de manutenção, além de conhecer e definir os processos e rotinas em cada situação e buscar a melhoria constante é imprescindível para manter uma rotina eficaz de manutenção, permitindo um bom planejamento de manutenção e produção, analisando os benefícios e os riscos em equilíbrio entre manutenção e os demais setores da empresa. 

Neste sentido, mapear e conhecer todos os processos de manutenção do setor vai permitir que os gestores façam um planejamento adequado e assertivo. O uso de softwares especialistas em manutenção é uma estratégia utilizada para que os controles sejam precisos e confiáveis. Históricos detalhados dos equipamentos podem ser obtidos através de relatórios inclusive visuais, que facilitam as tomadas de decisão.

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